Estamos vivendo tempos muito confusos para os Boomers*. Eles cresceram num mundo onde todos liam as mesmas notícias nos jornais, todos assistiam aos mesmos programas de televisão, e o universo comum de uma cidade ou estado era um só. Hoje cada um tem a sua tribo, o seu universo particular. Não raro nos deparamos com perfis nas redes sociais com 24 milhões de seguidores de pessoas que você nunca tinha ouvido falar. E é claro que, dentro deste contexto, não dava pra esperar outra coisa a não ser pessoas perdidas que não sabem ao certo como se comportar no digital – especialmente aquelas que se interessam em conquistar influência. Torna-se, para eles, extremamente frustrante permanecerem ativos em suas redes na tentativa de melhorar sua visibilidade profissional. “Não dá retorno” ou “não posso parar a minha vida pra ficar fazendo dancinha o dia inteiro” são as queixas mais frequentes.
É realmente um desafio até para a geração “X” entender a lógica de algo novo. Se você é uma dessas pessoas, não se assuste! Você não está sozinho. Esse sentimento de não estar conseguindo acompanhar as mudanças não é uma questão só nossa, os Millennials, Z e Alpha é que ainda não chegaram nessa parte do jogo (o que é deles tá guardado, rs). Vou dar um exemplo aqui que, a princípio, pode parecer fugir completamente do tema, mas fica comigo que mais pra frente prometo que fará todo sentido.
Certa vez ouvi um neurocientista dizendo que o motivo pelo qual nós temos muita dificuldade de encontrar as coisas que procuramos pela casa é o fato de que temos uma imagem mental daquele objeto que estamos procurando e começamos a “escanear” visualmente o espaço com base nessa imagem. Porém, muitas vezes passamos os olhos sob o objeto “sem encontrá-lo”. E sabe qual a razão disso? É que o objeto não está na exata posição da imagem que temos na cabeça e por isso a gente não enxerga aquilo que está vendo. Achei muito interessante essa abordagem e, a partir daí, comecei a imaginar os objetos em vários ângulos, para melhorar a minha acuidade na hora de encontrar as coisas.
Bem, queria trazer esse conceito para tentar explicar que o nosso cérebro trabalha por associações (não sei se fui bem-sucedida, mas juro que tentei!). Então, sempre que descobrimos algo novo, a nossa tendência é associar a algo que já temos no nosso banco de dados mental – ainda que na prática isso possa não ser tão bom.
Quando surgiram as redes sociais, começou-se a falar muito que agora, “cada pessoa era a sua emissora de televisão” – fazendo uma alusão à ideia de que todos viraram emissores potenciais, e não apenas receptores de informação e conteúdo. Mas isso não é bem verdade e aí reside um grande perigo. Porque a tendência de quem chega na rede com vícios antigos é achar que vai ficar emitindo informação para um público absolutamente passivo. E a premissa das redes sociais é justamente o contrário: é relacionamento, interação e trocas. Porém, as redes ainda são dispositivos que têm certa familiaridade com os veículos de comunicação tradicionais e isso complica um pouquinho o entendimento do que é interagir.
Com a exceção das lives, as outras funcionalidades como postagem de fotos e vídeos demandam um tempo de disponibilidade da outra pessoa em responder comentários. Então é esperado de emissor da mensagem (no caso, você) provoque a pessoa que a está visualizando a participar da conversa proposta no seu post - para que ele se torne um diálogo de fato. Disputando espaço com este desafio ainda temos a questão da oferta excessiva de conteúdo das redes.
Nem sempre foi assim
Antigamente, quando abríamos o jornal, até tínhamos a opção de ler essa ou aquela sessão. E geralmente se dava preferência pelos assuntos de maior interesse particular e depois se partia para os “entretantos” – como diria o folclórico personagem Odorico Paraguaçu (Millennials, pesquisem: O Bem Amado). Claro que acabava-se lendo quase tudo, porque notícia fresca novamente só viria no jornal de amanhã. Então o desejo pela informação e a escassez da oferta formavam um casamento perfeito onde você acabava a leitura daquela edição com o sentimento de estar inteirado de todas as notícias relevantes do mundo.
Hoje, o sentimento de que não se sabe de mais nada toma conta de todos, já que se descobriu que a oferta de informações rola num feed infinito que sequestra a sua atenção para todo o sempre, uma vez que você abriu o aplicativo. Essa percepção de que se está perdendo o fio da meada faz com que grande parte das pessoas mais velhas desanimem de seus perfis.
Não precisa ser assim
Para conseguir entender a lógica das redes sociais, é preciso fazer um pouco do caminho inverso e tentar entender quais motivos fariam uma pessoa acompanhar e interagir com as suas postagens. Então ao invés de pensar como emissora de televisão (que só dispara conteúdo, feito metralhadora) é preciso pensar como espectador. Se eu não fosse eu mesma, eu iria querer seguir o meu perfil? Por quê? O que você traz de interessante que agrega na vida dos outros? E aqui, pensando como um novato ou novata na rede, preciso imaginar o seguinte cenário: quando eu entro numa rede social, eu quero me conectar com os meus amigos. Preciso pensar: que tipo de coisas eu poderia fazer para me parecer cada vez mais com um amigo desta pessoa que eu quero impactar? Esse não é um desafio fácil, mas é um caminho seguro.
Entender quem é o seu público dentro da rede e saber conversar com ele de forma com que ele se sinta conectado com você é o primeiro passo para que ele sinta o desejo de ser ativo nas suas postagens. Depois é preciso entender que, assim como na televisão (embora a imagem vendida seja o oposto disso) nada acontece a toque de caixa – é preciso muita dedicação e estudo para entender o movimento que acontece no seu perfil e com o seu conteúdo.
15 minutos de fama
Ao contrário do que imaginava Andy Wharhol, ícone da cultura Pop que afirmava que no futuro todos teriam seus 15 minutos de fama, o que temos hoje é a certeza de que quem não aparecer nas redes sociais irá desaparecer do mercado num futuro breve. As celebridades instantâneas podem até continuar a surgir, mas também podem desaparecer no tsunami de conteúdo das redes se não souberem manter a sua relevância. Mais importante que ficar famoso, nesse contexto, é se manter na memória dos seus clientes para não cair no esquecimento.
Pensando nestes desafios todos, desenvolvi um treinamento para quem está querendo trabalhar a sua imagem profissional no digital e não sabe por onde começar. Nele, trago slides de passo a passo e muita informação imprescindível que quem já colocou em prática gostou muito! Clique aqui e abra a sua cabeça para uma nova realidade.
* baby boomer é uma pessoa nascida entre 1946 e1964.
Commenti